FIG. 1. ECG de paciente com IAM prévio (anterosseptal). Ondas Q patológicas de V1 a V4
FIG. 2. ECG de paciente com Miocardiopatia não isquêmica. Presença de baixa voltagem e ondas Q patológicas em várias derivações. Cateterismo com coronárias normais.
Entretanto, o encontro de ondas Q no ECG geralmente está associado a fibrose e áreas de cicatriz, seja de causa isquêmica ou não. Várias condiçãoes podem ser responsáveis por ondas Q anormais, conforme enumeramos a seguir:
1. Infarto agudo do miocárdio (FIG 1): como já citado, surgem na fase aguda. O encontro de ondas Q no ECG é um marcador de infarto prévio e de cardiopatia isquêmica.
2. Cardiopatia Chagásica Crônica: há áreas de fibrose, em permeio a áreas de miocardite (infiltrado). As áreas de fibrose podem se expressar no ECG como ondas Q anormais e perdas de potenciais de R.
3. Cardiomiopatia Dilatada (FIG 2): a presença de áreas de fibrose na cardiomiopatia são frequentes em estudos de ressonância magnética cardíaca, sendo considerado um marcador de mal prognóstico. Isto pode ser responsável pelo registro de ondas Q anormais e pobre progressão de R nas precordiais nestes pacientes.
4. Alteração na sequencia de ativação: no BRE pode haver ondas Q em V1-V2 e pobre progressão de R. Na HVE e no bloqueio fascicular anterior esquerdo pode estar presente pobre progressão de R nas derivações precordiais. Na pre-excitação ventricular pode exibir ondas Q patológicas em virtude da mudança na sequencia de ativação ventricular.
5. Doença pulmonar obstrutiva crônica: é mais comum a pobre progressão de R e a baixa voltagem, mas ondas Q podem ser observadas.
CAUSAS MAIS RARAS DE ONDAS Q:
1. Cardiomiopatias infiltrativas, como amiloidose e sarcoidose onde há substituição do tecido muscular por substância inerte amiloide na amiloidose e granuloma não caseoso e fibrose na sarcoidose. Nestas condições os distúrbios de condução são comuns.
2. Infiltração miocárdica por tumor: tem sido descrito como causa de ondas Q patológicas.
3. Cardiomiopatia hipertrófica: o ECG pode algumas vezes exibir ondas Q profundas e estreitas.
4. Distrofia muscular (Ducchene, Becker): ondas Q profundas e estreitas, silmilar ao observado na cardiomiopatia hipertrófica.
5.Variante do normal: ondas Q em V1,V2 e nas derivações inferiores (D3, AVF).
6. Trauma cardíaco.
7. Síndrome de Noonan: é uma condição incomum, causada por mutações genéticas, caracterizada por alterações faciais, pescoço alado,baixa estatura, malformações esqueléticas e associada a anomalias cardíacas (estenose pulmonar e/ou miocardiopatia hipertrófica). O ECG tipicamente mostra desvio do eixo para esquerda, ondas R pequenas nas derivações precordiais associadas a ondas S profundas até V6.
gostei mas podia ter referencias!! obrigada!
ResponderExcluirNa parte de cima fala q ondas Q patologicas sao consideradas cualquer onda de V1 a V3 e na parte de baixo esta escrito que pode ser normal em V1o V2 (eu sempre achei isso). O texto esta errado ne?
ResponderExcluirNão, está escrito assim:
ResponderExcluir"Consideramos como patológica qualquer onda Q em V1 a V3, e onda Q >= 0,03 s nas outras derivações, exceto D3 e AVR (que podem exibir ondas Q de maior amplitude)."
Em nenhum ponto foi afirmado que é normal onda Q de V1 e V2!
Boa tarde Nestor!
ResponderExcluirNão estou entendo uma coisa. Você disse que na derivação D3 a onda Q tem maior amplitude, correto? Então que ela não seria padrão para avaliar a onda Q patológica.
No entanto eu estou com dúvida no tal do S1Q3T3 no TEP. Como é que vamos avaliar a onda Q em D3 se ela já é maior. Poderia me ajudar?
Abraços
Legal! Descobri hoje esse blog, parabéns pela iniciativa! Precisamos muito esclarecr sobre o ECG...
ResponderExcluirMuito boa a explicação...
ResponderExcluircomo fica a explicação para enfarte agudo do miocardio sem onda q?
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