O ECG mostra ritmo sinusal, com FC de 94 bpm (1500/16), eixo elétrico do QRS normal, em torno de 30 graus, intervalos PR e QRS com duração normais. QT medido=8,5 X 0,04=0,34 s e QTC= 0,34 X (RAIZ de 94/60)=0,34 x 1,25=0,43 (dentro da normalidade). Presença de inversão de T de V1 a V4 (com tendência à simetria). Nas derivaçãoes periféricas observamos o padrão S1Q3T3: onda S em DI, Q em DIII, e onda T invertida em DIII.
Estas alterações reforçam o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar, quando há suspeita pela história/exame físico.
No tromboembolismo pulmonar agudo (TEP) pode ser registrado taquicardia sinusal (alteraçao mais frequente), alterações da repolarização ventricular, bloqueio de ramo direito incompleto ou completo, padrão S1Q3T3 e qR em V1. O padrão S1Q3T3 é muito sugestivo, mas é pouco frequente (baixa sensibilidade). A inversão de T em precordiais de V1 a V4, e constitui um sinal de gravidade, é mais frequente do que o padrão S1Q3T3, mas pode ocorrer em outras situaçãoes, como persistência do padrão juvenil (variante do normal) e na insufiência coronariana.
As alterações no ECG traduzem a sobrecarga do ventrículo direito (VD) e a hipertensao pulmonar secundária ao TEP.
O diagnóstico de TEP é desafiador e um alto grau de suspeição é importante. Na maioria dos casos o ECG é inespecífico (em muitos casos há somente taquicardia sinusal e alteração inespecífica de rep. ventricular), mas a atenção para as alteraçãoes citadas reforçam o diagnóstico e são marcadores de sobrecarga do ventrículo direito, principalmente a inversão de T V1-V4 e padrão qR em V1.
Neste caso, o ecocardiograma mostrou sobrecarga de VD e hipertensão pulmonar. O diagnóstico de TEP extenso foi confirmado por angiotomografia (TC multislice). A angio TC (multislice)está se firmando como o principal exame não invasivo na suspeita de TEP, substituindo a cintilografia de ventilação-perfusão, em virtude da maior rapidez e praticidade, além da boa acurácia. O tratamento indicado no TEP, além do suporte de UTI, é a heparinização plena (heparina não fracionada ou de baixo peso), seguido por warfarin e o uso de trombolítico nos pacientes hemodinamicamente instáveis com disfunção de VD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário