(Cortesia de Dra. Larissa Pimentel, R2 de Clínica Médica-HUOL)
RESPOSTA:
O ECG mostra taquicardia
regular, de QRS estreito, com FC elevada (1500/7=214 bpm). Podemos dizer
que trata-se de uma TPSV (taquicardia Paroxística Supraventricular). A
TPSV apresenta duas formas principais de acordo com o seu mecanismo: a
Taquicardia por Reentrada Nodal (TRN) ou a Taquicardia por Reentrada
Atrioventricular (TRAV).
No nosso exemplo a
presença de onda P’ logo no final do QRS, ora se apresentando como pseudo R (V1,
aVR) é compatível com TRN. O intervalo do início do QRS ao início da onda P é
menor do que 70 ms.
A TRN é a forma mais comum,
respondendo por cerca de 60% dos casos, e tem como mecanismo a reentrada no nó
AV pela presença de dupla via nodal. A TRAV é a segunda forma mais comum
de TPSV (cerca de 30% dos casos). Esta taquicardia supraventricular de QRS
estreito tem como mecanismo a macroreentrada com envolvimento de via acessória
como componente do circuito reentrante. Na TRAV o circuito reentrante envolve
várias estruturas: o átrio, o nó AV, o feixe de His e seus ramos, o ventrículo
e a via acessória. O estímulo desce pelo sistema de condução normal e retorna para
o átrio (condução retrógrada) pela via acessória. Na maioria dos casos o ECG
basal em ritmo sinusal é normal e não apresenta padrão de
Wolff-Parkinson-White. Isto ocorre porque neste caso a via acessória somente
conduz retrogradamente, do ventrículo para o átrio, sendo denominada via
anômala oculta.
Um estudo (Int
J Clin Pract 2006; 60:1371–7) validou a
acurácia dos seguintes critérios para definir o tipo de taquicardia quando não
há padrão de pré-excitação no ECG basal, em ritmo sinusal. Pseudo r’ em V1 e/ou
pseudo s’ nas derivações inferiores (característica de TRN), onda P visível
após o QRS (> 100 ms) e alternância do QRS (critérios para TRAV) foram capazes de predizer
o mecanismo da taquicardia paroxística supraventricular em 82% dos casos.
TRN
ResponderExcluirTaquicardia supraventricular por reentrada AV (RP' > 70ms)
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