quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR COMPLETO (BAV TOTAL)

No BAV completo ou total há dissociação entre a atividade atrial e ventricular em virtude de um bloqueio na passagem do estímulo na junção AV (bloqueio nodal) ou abaixo (bloqueio infra-nodal). Deve ser diferenciado de outras causas de dissociação AV onde a atividade atrial também é independente da ventricular. Por exemplo, na bradicardia sinusal o ritmo pode passar a ser comandado por um escape juncional e a atividade atrial não ativa mais o ventrículo porque encontrará a junção no seu período refratário; assim, ocorre dissociação entre a atividade atrial e ventricular. No BAV total a frequência atrial é maior do que a ventricular e o problema primário é o bloqueio na passagem do estímulo na junção AV ou no His-Purkinje. Para manter o ritmo (e a vida), há necessidade do surgimento de um ritmo de escape, seja originado na junção (escape juncional, comumente de QRS estreito) ou abaixo (escape ventricular, com origem nos ramos ou no ventrículo).
O BAV completo no adulto mais comumente é adquirido e pode ter várias etiologias: esclerose do sistema de condução (Doença de Lev e Lenegre, responsável por cerca de 50 % dos casos nos Estados Unidos), Doença de Chagas (importante causa em nosso meio, com algumas variações na incidência entre os estados brasileiros), iatrogênico (por drogas como digitálicos, beta-bloqueador, amiodarona, etc), insuficicência coronáriana aguda (fase aguda do IAM) e crônica, valvopatia (aórtica, principalmente), pós-operatório de cirurgia cardíaca, pós-procedimentos (alcoolização do septo para tratamento da miocardiopatia hipertrófica, ablação por radiofrequência) e outras causas mais raras (miocardite), etc..

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