domingo, 1 de janeiro de 2012

RESPOSTA DE QUAL O DIAGNÓSTICO 25: O ECG NA ENDOMIOCARDIOFIBROSE

O ECG mostra ritmo sinusal ou ectópico atrial, BAVE de 1 grau, baixa voltagem no plano frontal, ondas Q em parede inferior e anterosseptal e inversão de onda T precodiais. A onda P não claramente visível nas derivações inferiores, mas é bem visível em V1. A presença de Q nas derivações inferiores e anterosseptal, associado a baixa voltagem de R sugere necrose ou fibrose de extensão significativa. O padrão em V1 é de Qr e sugere BRD (com necrose do septo) até porque há R algo alargado em DI-AVL.
Um traçado com estas características nos faz lembrar de Cardiomiopatia chagásica ou de outra etiologia e também de cardiopatia isquêmica e amiloidose.
Neste caso trata-se de um paciente com endomiocardiofibrose, com comprometimento predominante do ventrículo direito e insuficiência cardíaca grave.
A endomiocardiofibrose é uma forma rara de miocardiopatia restritiva que se caracteriza pelo envolvimento fibrose do endocárdio ventricular, com envolvimento da via de entrada, valvas AV e obliteração da região apical ventricular.Pode acometer o VE, o VD ou ambos os ventrículos.
O ECG pode exibir baixa voltagem e sinais de HVD (desvio do eixo para direita, qR em V1, SAD) quando há envolvimento do ventrículo direito. Os distúrbios do ritmo, como as taquiarritmias atriais, são relativamente frequentes.

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